Homenagem ao malandro
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
A época da estréia do musical "Ópera do Malandro", Chico Buarque descreveu e justificou o ambiente da peça em entrevistas a Isto É e Manchete:
Chico: "Nós pegamos a Lapa, os bordéis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. (...) Tomamos como ponto de partida o que o italiano chama de Malacittá, o bas fond. Esta Lapa (que) começava a morrer era o prenúncio de uma série de outras mortes: da malandragem, de Madame Satã, de Geraldo Pereira, de Wilson Batista. Foi o fim da era de ouro do sambista urbano carioca. "
Essa história está contada na letra de "Homenagem ao Malandro", uma das melhores composições do musical: "Homenagem ao Malandro" é um samba rasgado, com direito a solo de trombone do grande Maciel, breques e uma adequada interpretação de Chico Buarque. No álbum duplo do musical, só lançado em dezembro de 79, este samba é cantado pelo malandro Moreira da Silva, que vive assim o personagem João Alegre.
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
A época da estréia do musical "Ópera do Malandro", Chico Buarque descreveu e justificou o ambiente da peça em entrevistas a Isto É e Manchete:
Chico: "Nós pegamos a Lapa, os bordéis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. (...) Tomamos como ponto de partida o que o italiano chama de Malacittá, o bas fond. Esta Lapa (que) começava a morrer era o prenúncio de uma série de outras mortes: da malandragem, de Madame Satã, de Geraldo Pereira, de Wilson Batista. Foi o fim da era de ouro do sambista urbano carioca. "
Essa história está contada na letra de "Homenagem ao Malandro", uma das melhores composições do musical: "Homenagem ao Malandro" é um samba rasgado, com direito a solo de trombone do grande Maciel, breques e uma adequada interpretação de Chico Buarque. No álbum duplo do musical, só lançado em dezembro de 79, este samba é cantado pelo malandro Moreira da Silva, que vive assim o personagem João Alegre.
Homenagem ao malandro
Eu fui fazer um samba em homenagem
À nata da malandragem
Que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem
Que aquela tal malandragem
Não existe mais
Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal
Mas o malandro pra valer
- não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central ...
OBS: Apesar de escrita no final da década de 70 essa composição não foge muito da atual situação dos políticos brasileiros.
- Acompanhei enquanto peça. É posso garantir que de fato a situação é muito semelhante!
ResponderExcluir